Uma operação policial foi feita nesta terça-feira (12) para
prender um falso médico que atuava na região de Itapetininga (SP).
Segundo a Polícia Federal, na
operação “Cochabamba” foram expedidos sete mandados de busca e apreensão em
endereços ligados ao falso médico e um de prisão contra ele, apesar de o
suspeito já estar preso. Foram apreendidos celulares e documentos.
A operação foi realizada para
cumprir o mandado de prisão preventiva contra os crimes de falsidade
ideológica, uso de documento falso, associação criminosa, exercício ilegal da
medicina e estelionato contra a administração pública, após investigações
iniciadas em 2018.
Os mandados de busca e apreensão
foram cumpridos em Santa Luzia D’Oeste, Rolim Moura e Ji-Paraná (RO) pois,
segundo denúncias, o falso profissional usava o nome de um médico de Rondônia.
O falso médico já foi preso pela Polícia Civil, mas o novo
mandado de prisão preventiva contra ele foi expedido no âmbito federal.
Ainda de acordo com a Polícia
Federal, o falso médico atuou por anos em cidades como Itapeva, Tatuí,
Itapirapuã Paulista e Itararé (SP).
Prefeitura de Tatuí disse que o
investigado atuou como clínico geral entre fevereiro de 2017 e maio de 2018 no
pronto-socorro, por meio do contrato da Santa Casa de Misericórdia da cidade.
Informou que ele não trabalhou no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(Samu) e nos postos de saúde da cidade, e que não houve registros de
diagnósticos errados.
Disse que, na época de
contratação, ele apresentou toda a documentação necessária, inclusive uma
certidão do CRM. Também afirmou que o então secretário de Saúde de Tatuí,
Jerônimo Fernando Simão, foi quem fez as denúncias contra o suposto médico.
A Prefeitura de Itararé disse
que não consta nenhum vínculo de trabalho ou prestação de serviços médicos em
nome do suspeito. No entanto, informou que na Santa Casa, a prestação de
serviço foi realizada entre 2013 e 2016.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(Cremesp) informou que a fraude foi informada pelo médico, em 2018.
Imediatamente, a inscrição secundária foi anulada em São Paulo e o Cremesp
comunicou a ocorrência à Polícia Federal de Sorocaba, além do Conselho Regional
de Medicina de Rondônia, responsável pelo registro de origem do médico em
questão e também pela autorização para a emissão de inscrições em outros
estados.
O Cremesp disse que esta ação
ilícita é grave e muito preocupante porque coloca em risco a segurança de
milhares de pacientes. Por isso, orienta aos médicos que, em caso de suspeita
deste tipo de ocorrência, denunciem imediatamente às autoridades policiais, uma
vez que trata-se de crime de falsidade ideológica.
A TV TEM tentou entrar em
contato com a Santa Casa de Itararé, mas não obteve retorno até a publicação
desta reportagem.
Relembre o caso
Em 2018, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo abriu uma
sindicância para apurar a denúncia de um médico que atuou com registro falso.
A denúncia foi feita por outro
médico, que alegou que o profissional atuava no município com o mesmo nome,
especialidade e registro de um médico do estado de Rondônia.
Na época, a prefeitura de
Itapeva informou que o médico se afastou do cargo antes do término do contrato
e alegou problemas de saúde com um parente.
A assessoria de imprensa do
hospital disse que, em maio de 2018, ele se afastou da função também alegando
problemas de saúde com um parente e não retornou mais às atividades, que
passaram a ser exercidas por outro profissional.
O Conselho Regional de Medicina
informou, na época, que a sindicância poderia levar de seis meses a dois anos
para ser concluída e que corria em sigilo.
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